sábado, 20 de dezembro de 2008

Modificações Na Azenha Polemizam Discussão Sobre Projeto Da Arena

As possíveis modificações das características do bairro Azenha, bem como os impactos que poderão causar sobre a cidade, polemizaram a discussão sobre o Projeto Arena na última sexta-feira na Câmara Municipal. Em reunião coordenada pelo presidente da Câmara, vereador Sebastião Melo (PMDB), vereadores discutiram o projeto do Executivo com o secretário municipal do Planejamento, José Fortunati, representantes da empreiteira OAS, dirigentes do Grêmio e técnicos da Prefeitura de Porto Alegre.

Os vereadores do PT haviam solicitado a reunião para tentar chegar a um acordo para a votação, prevista para o próximo dia 29, do Projeto de Lei Complementar do Executivo que define o regime urbanístico do Projeto Arena - empreendimento a ser construído pelo Grêmio no bairro Humaitá - e altera o regime urbanístico que envolve o atual terreno onde se localiza o Estádio Olímpico.

Em troca da construção da Arena Multiuso, o Grêmio deverá ceder a área do Estádio Olímpico à OAS – que demolirá o estádio para dar lugar a um empreendimento imobiliário naquele local. Como os vereadores do PT ainda têm restrições ao projeto apresentado pelo Executivo, uma nova reunião sobre o tema ficou agendada para a próxima segunda-feira, às 9h30min, na sala da presidência.

A vereadora Sofia Cavedon (PT) ponderou que os vereadores precisam refletir sobre os possíveis desgastes à Câmara Municipal, se o projeto do Executivo for aprovado sem alterações. Afirmando que há disposição da bancada petista para um acordo que permita a votação da proposta, ela questionou o prazo exíguo para discutir o projeto e as ponderações feitas pelo seu partido.

Lembrando que a vereadora Margarete Moraes (PT) apresentou um substitutivo ao projeto do Executivo, em nome do PT, Sofia Cavedon ressaltou que o ponto mais delicado do projeto diz respeito às alterações propostas para a Azenha, onde está situado o Olímpico, devido aos impactos de vizinhança e sobre o trânsito de veículos e às possíveis modificações das atuais características da região.

"Precisamos antecipar esses impactos no entorno antes de votarmos o projeto de modo a evitarmos novo conflito na cidade."

A vereadora questionou ainda o índice construtivo de 1,9 para a região, proposto pelo projeto, e lembrou que o substitutivo apresentado pelo PT propõe redução para 1,3. Ela também entende que a altura de 72 metros para as edificações, definido pelo projeto, extrapola os 52 metros estabelecidos pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA).

- Projetos casados

O vice-presidente Eduardo Antonini disse que o Grêmio necessita construir novo estádio e que o "único ativo" que o clube dispõe para viabilizar o empreendimento é o Estádio Olímpico.

"São projetos casados. O Grêmio entrega o Olímpico para a OAS e recebe a Arena Multiuso construída."

Ele alertou, no entanto, que o empreendimento só se tornará viável se a OAS souber quanto terá de investir e se os prazos exigidos pela Fifa forem cumpridos.

"Para sediar a Copa de 2014, é preciso apresentar o contrato assinado até o dia 15 de janeiro."

Antonini lembrou ainda que a área no Humaitá, escolhida para a construção da Arena, foi sugerida ao Grêmio pela Prefeitura.

"Com o projeto, haverá uma diminuição do atual fluxo de veículos e de pessoas na Azenha."

O dirigente gremista também afirmou que as lojas projetadas para o novo empreendimento serão abertas para a rua, mantendo as atuais características do bairro. Informou ainda que Grêmio e OAS assinaram nesta sexta-feira o projeto da nova Arena, o que elimina qualquer dúvida sobre a opção do clube pela construção de um novo estádio ou, ao invés da reforma do Olímpico.

"Por isso, é importante viabilizá-lo financeiramente."

- Compensações

Para o líder do PT, vereador Carlos Comassetto, é possível viabilizar a aprovação do projeto e a estratégia para que Porto Alegre sedie os jogos da Copa do Mundo de 2014. Ele ponderou, no entanto, que o projeto do Executivo chegou à Câmara no dia 3 de novembro, precisando ainda ser melhor discutido.

"A polêmica estabelecida pelo debate impõe cautela. É preciso avaliar os impactos sobre a mobilidade urbana e a infra-estrutura existente no Bairro, a partir das modificações propostas."

O vereador Adeli Sell (PT) sugeriu que seja elaborada uma carta-compromisso elencando as mitigações e compensações para os impactos que o empreendimento deverá causar para a região.

"Sei que esse tipo de proposta não é comum, mas nos ajudaria bastante para chegarmos a um acordo."

Segundo Comassetto, há mais facilidades para se discutir os índices construtivos do Humaitá do que os do Bairro Azenha.

"Além de medidas mitigadoras para os impactos, são necessárias medidas compensatórias."

O vereador apontou ainda possível contradição entre o índice de ocupação de 90% do território, apresentado no projeto, e as áreas verdes projetadas na planta.

"O empreendimento deixou de ter característica mista (residencial e comercial)."

O secretário José Fortunati afirmou que o Executivo não abre mão de medidas mitigadoras para diminuir os impactos causados pelo empreendimento, mas destacou a importância dos projetos que viabilizam os jogos da Copa 2014 na Capital.

Segundo Fortunati, o Executivo buscou uma fórmula em que o Poder Público viabilize os empreendimentos sem a necessidade de aporte de recursos públicos. O secretário ressaltou, no entanto, que é impossível "fatiar" o projeto, pois os estudos sobre as duas áreas (Humaitá e Azenha) foram feitos em conjunto.

"O Executivo apresentou projeto diferente do original, baixando índices construtivos e volumetria inicialmente propostos. O acordo a que chegamos com os empreendedores é razoável."

- Índices

As medidas mitigadoras, segundo ele, só serão apresentadas em uma segunda etapa, com o licenciamento ambiental.

"Agora, estamos discutindo índice construtivo e volumetria. A altura das construções definida pelo Plano Diretor não é um dogma a ser seguido, apenas uma referência. Os 72 metros propostos são adequados, segundo os técnicos da Prefeitura."

Fortunati assegurou que a Concepa terá obrigação em fazer a ligação da Freeway com o acesso à Arena.

A representante da construtora da OAS, Marilu Maraschin, disse que o empreendimento envolve área total de 8,4 hectares e destacou que houve redução de 42 mil metros destinados a lojas, no projeto original, para 2 mil metros no projeto do Executivo.

"A área residencial aumentou 95%."

Da mesma forma, segundo ela, houve redução de 240 mil metros quadrados para 160 mil metros quadrados da área computável, mas esse medida pode dobrar com a inclusão de áreas não adensáveis e estacionamentos.

"Está prevista ainda uma área de convivência correspondente a 20% da área total."

Os técnicos da Prefeitura também explicaram que a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) apontou a necessidade de realizar a duplicação das Avenidas Azenha e José de Alencar e o alargamento da Rua Gastão Mazeron, no Bbairro Azenha.

Os vereadores petistas, no entanto, consideraram inviável a duplicação da Azenha pela retirada da calçada que divide a avenida. Como alternativa, os técnicos da Prefeitura propõem a inserção, no PDDUA, de um binário na Rua Florianópolis.

Fonte: Final Sports

Um comentário:

Anônimo disse...

Domingo, Dezembro 21, 2008
O tempo é...
O tempo é o senhor da razão! A utilização por personagem de má memória não tirou o conteúdo do pensamento. Beto Pires atestaria. Exemplo clássico é o da matéria abaixo:

Publicado em www.gremisempre.com.br

21.12.08
Acusado Grêmio Sempre mais uma vez com a razão


Em 17 de dezembro de 2007, um grupo de conselheiros entregou ao Presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio requerimento (concebido e surgido no Grêmio Sempre) pleiteando

1. Como forma de garantir total equilíbrio nas várias etapas de negociação, em especial, quanto aos detalhamentos minuciosos das propostas e buscando a segurança dos Conselheiros do Clube no momento de votar, tal qual foi o procedimento adotado quando do estudo prévio e da análise jurídica, a contratação, pelo Conselho Deliberativo, de empresa de consultoria externa especializada (p.ex. um Banco de Investimento), isenta e independente, para que, obedecendo à metodologia técnico-científica pertinente, avalie pontos fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades com avaliação de cenários das propostas apresentadas para construção da Arena Grêmio e emita diagnóstico técnico-conclusivo;



Solução da Dívida: na medida em que a dívida do Clube passa a representar, percentualmente, um valor pequeno no âmbito da obra total sugere-se, também, sua inclusão no pacote de negociações”.



Em 19 de dezembro de 2007, é publicado em uma comunidade do Orkut, "tópico" tentando detonar e desmoralizar as propostas. Não só as propostas. Principalmente seus autores com acusação difamatória contra o nosso Grêmio Sempre.


Publicação ocorrida somente dois dias após o protocolo do requerimento... Como se poderá ver, agressão de origem perfeitamente identificável.

[OFF] - Grêmio Sempre tentando melar a arena


O movimento Grêmio Sempre está tentando melar a construção da Arena.. Eles protocolaram ontem no Conselho do Grêmio um pedido de contratação de consultoria externa especializada para analisar a construção da arena e avaliar os projetos.


Além disso, eles exigem que a dívida total do clube seja colocada no bolo quando da construção da arena.


Isso tudo para melar o projeto arena.


19/12/07



O Antonini acabou de me dizer que as chances disso acontecer são ZERO...


Ou seja, graças a Deus a arena é praticamente uma realidade..


20/12/2007


Eles podem melar porque eles querem que a dívida total, que gira em torno de R$ 110 milhões, seja colocada no bolo quando da construção da arena e sugerem a criação de um banco de investimentos para atuar entre a Grêmio Empreendimentos e o parceiro.Ou seja, o investidor seria o fiador de toda a dívida do Grêmio...Tu entraria num projeto que tu já começa com uma dívida de R$ 110 mihões??


O requerimento havia sido encaminhado pelo Conselho Deliberativo ao Conselho de Administração.


Não atendidas as sugestões do requerimento - percebe-se, nitidamente, a convicção da suposta inoportunidade da proposta, até pela imediata acusação via internet - a Comissão de Planejamento Estratégico reiterou:



A Comissão de Planejamento Estratégico considera fundamental que na negociação visando à celebração do contrato final, além da ampliação e detalhamento de dados relacionados aos projetos de arquitetura e engenharia, seguro da obra, garantias financeiras e outras complementares e condições negociais, haja a contratação, pelo Grêmio, de empresa de consultoria externa especializada, isenta e independente, para que, obedecendo à metodologia técnico-científica pertinente, avalie, além da possibilidade do saneamento financeiro no pacote de negociações, os demais cenários, pontos fortes, pontos fracos, ameaças, oportunidades e emita diagnóstico técnico-conclusivo, levando-se em consideração os interesses e a garantia da preservação do Clube no fechamento do negócio, bem como a preparação da Instituição para a implementação das estratégias e o atingimento dos objetivos, trabalho similar ao da Consultoria Holandesa Amsterdam Advisory Arena (AAA), quando da realização de estudo preliminar sobre a viabilidade técnica e econômica para a construção da Arena Grêmio;



A Comissão de Planejamento Estratégico recomenda, também, para a fase de negociação contratual a obtenção de opção de preferência de aquisição de participação nos demais negócios de entorno do empreendimento, como p.ex. a abertura de capital;



No entanto, ante a reiteração da Comissão de Planejamento Estratégico e a insistência do Grêmio Sempre, o Presidente Paulo Odone, contra a convicção dos assessores, determinou a contratação da Fundação Getúlio Vargas para o cumprimento das tarefas sugeridas. Segundo o Presidente disse, perante o Conselho Deliberativo, foi esse estudo que "deixou o projeto de pé", deu-lhe consistência quanto aos números.

A Consultoria Externa elaborou projeções segundo os cenários otimista e pessimista, consideradas as informações prestadas pelo Grêmio.

Logo em sua introdução, o parecer da FGV assinalou a importância da filosofia de planejamento estratégico implantada no clube em 2003 e 2004, afirmando:

“O Grêmio iniciou, em 2005, um ambicioso processo de profissionalização de sua gestão, visando atender às modificações do mercado mundial de futebol e à necessidade de modernização de sua estrutura gerencial e administrativa. Esse processo teve origem no Plano Estratégico, aprovado pelo Conselho Deliberativo em 2004, que definiu os objetivos, metas e ações para a modernização, crescimento e melhor aproveitamento do clube. Visando atender o objetivo de modernização do seu patrimônio, e também almejando sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil possivelmente disputados no Estado do Rio Grande do Sul, o Grêmio iniciou um projeto para a construção de um novo estádio que atenda aos padrões da FIFA para sediar seus jogos de Copa do Mundo”. (grifos originais).
Portanto, não se confirmaram as "chances ZERO".

A Consultoria Externa foi contratada.
O Banco de Investimento foi contratado pela OAS, esperando-se que, pelo menos, futuramente, o Grêmio também o faça.

A dívida - obviamente é uma tremenda bobagem dizer que se pretendia a inclusão tambem da dívida fiscal (timemania) e de todas as dívidas integrantes do Condomínio de Credores (seria questão de custo, serviço da dívida mais ou menos favorável ) - a dívida de curto prazo, principalmente, sufoca o caixa do Clube e causa preocupações quanto ao cumprimento do "cronograma de desoneração". É uma ameaça constante. Ninguém, de outra parte, pensou e fazer a parceria assumir a dívida. Sim fazer integrar o pacote de negociações para diluir o pagamento da dívida no futuro a desafogar o caixa nos "bicudos" tempos atuais.
Que sirva de lição aos precipitados detratores das boas propostas alheias. Que se dêem conta que não são proprietários da verdade. Outros também detém conhecimento, inteligência e experiência.

E acima de tudo, que se pratique SEMPRE o respeito recíproco.