Mas nunca me passou pela cabeça ter que fazer um post para esclarecer o que já está mais do que esclarecido, ainda mais por conta de uma declaração daquele que será o futuro presidente do nosso clube.
- O Grêmio pagará a Arena por 20 anos
Na verdade a única dívida que o clube precisa arcar por 20 anos é a manutenção do direito dos sócios. Isto porque o clube precisará, anualmente, comprar os lugares que serão ocupados pelos mesmos.
Hoje este valor está em 20 milhões de reais por ano. E para onde vai este dinheiro? Para o caixa da SUPERFICIÁRIA (e não para o caixa da OAS).
Isto porque o clube não está fazendo nada mais do que adquirir TODOS OS INGRESSOS DAQUELES SETORES pelo prazo de um ano, e como todos sabemos, as receitas de BILHETERIA caem diretamente no caixa da empresa que vai gerir a Arena, a chamada SUPERFICIÁRIA.
Sabemos também que caso a superficiária venha a dar LUCROS, 65% é do Grêmio, 35% é da OAS. Logo, é possível que o clube recupere 65% dos 20 milhões desembolsados. Vai depender do resultado operacional do novo estádio.
Sem contar que, por conta da migração para o novo estádio, a arrecadação do Quadro Social pulou de 32 milhões em 2011 para uma projeção de 60 milhões em 2013. Ou seja, o incremento das receitas do QS seria suficiente para quitar esta dívida anual.
Em relação ao financiamento junto ao BNDES, esta despesa não respinga diretamente no clube. Se as receitas da Arena não forem suficientes para quitar este financiamento, quem tem que cobrir é a OAS.
É dela a despesa, foi ela quem buscou o financiamento. E também é da CONSTRUTORA a responsabilidade de BANCAR o valor fixo que o clube tem a receber nestes 20 anos (8 milhões nos primeiros 7 anos e 16 milhões nos 13 restantes) caso as receitas da Arena não sejam suficientes para tanto.
Lembrando que estes valores FIXOS que o clube tem a receber foram incluídos no negócio justamente porque o financiamento será quitado com receitas da Arena. Foi uma sugestão, se não me engano, do Santander, que auxiliou nas definições da parte econômica do contrato.
- O comparativo com o Internacional
O Internacional está incrementando seu patrimônio. Mas acontece que tudo o que a AG construir será explorado por ela durante 20 anos (ou seja, o co-irmão não verá a cor do dinheiro da área VIP, dos skyboxes, dos bares, dos camarotes e até mesmo dos naming rights por 20 anos).
NADA, eu disse NADA do que for arrecadado pela AG com estas áreas vai ser repassado para o Internacional. Ao contrário do contrato Grêmio x OAS, onde o clube recebe um fixo por ano e ainda tem participação nos lucros do estádio.
Ou seja, podemos dizer que tanto Grêmio quanto Internacional só serão INTEIRAMENTE donos de seus estádios (no sentido de serem portadores de 100% das receitas geradas por eles) em 20 anos. O que difere é o modelo de parceria (onde no caso do Internacional está, pelo menos para mim, mais para concorrência interna)