Responsável pelo estudo de viabilidade para a obtenção do selo, a arquiteta Luiza Junqueira, da Acade Arquitetura e Consultoria, diz que o projeto inicial não buscava o LEED. O que explica a grande quantidade de alterações, principalmente em relação ao melhor uso de energia. “Mas nada é fora do comum”, alivia. Segundo a consultora, as modificações devem onerar o projeto em um índice que vai de 1% a 5%. Para se ter uma idéia, há edificações que, ao se tornarem sustentáveis, aumentam em 30% o custo de operação. Mas os ganhos valem a pena. Estudiosos indicam que os prédios verdes podem consumir a metade da energia utilizada num prédio comum, reduzir a emissão de gás carbônico em 39%, gastar menos 40% de água e diminuir o lixo sólido em 70%.
Para conquistar o selo (o que deve também significa atender os cadernos de encargos da Fifa e obter ganhos de imagem), o clube aposta na localização e em detalhes arquitetônicos. Além de ter linhas de ônibus próximas, o estádio terá estacionamento prioritário para veículos que poluem menos. A diminuição do consumo de energia será obtida, por exemplo, com a cobertura clara e vagas cobertas para carros, que diminuem a necessidade de refrigeração. O mesmo benefício é esperado da iluminação de baixa potência. Com o objetivo de economizar os recursos hídricos, o projeto ainda prevê o uso da água do lago Guaíba nos sanitários e de água da chuva na irrigação do campo. Todo o lixo gerado durante o uso será separado para reciclagem e até as tintas que cobrirão as paredes devem respeitar o meio-ambiente.
A certificação só sairá após a conclusão da obra, prevista para 2013, e se refere exclusivamente ao estádio. Todos os escritórios e pontos comerciais que foram planejados no entorno precisarão requerer o reconhecimento isoladamente.