A OAS Empreendimentos, braço imobiliário da OAS, está aproveitando os contratos da construção pesada da empreiteira para alavancar a divisão de imóveis - que começou a ser reerguida este ano após mais de 15 anos praticamente parada. Em Porto Alegre, um dos quatro mercados eleitos pela companhia nessa nova fase, toda a expansão projetada vai nessa direção.
A OAS irá construir o novo estádio do Grêmio, na região de Humaitá, próximo ao aeroporto - local ainda pouco habitado, mas que as incorporadoras pretendem desenvolver. Para erguer a sede do time gaúcho, já investiu R$ 50 milhões na compra de um terreno de 340 mil m2: o estádio, ou arena - como a empresa prefere chamar - usará 100 mil m2 e a OAS Empreendimentos será a empresa responsável por todo o desenvolvimento imobiliário do espaço em torno do estádio.
O projeto ainda está em fase de aprovação pela prefeitura, mas a ideia - em que pese as dificuldades de estar perto de um estádio de futebol e da possível retaliação dos torcedores do time rival, o Internacional - é construir um novo bairro, com shopping center, hotel, centro de convenções, além de edifícios comerciais e residenciais. O projeto está previsto para 2013 e o estádio deve ser usado na Copa das Confederações. Em Porto Alegre, o estádio que sediará a Copa de 2014 é o do Internacional.
A empresa vai aproveitar também a área atual do estádio do Grêmio depois que houver a transferência. Localizado em uma área mais central, no bairro de classe média alta da Azenha, o estádio será demolido para dar lugar a um empreendimento de grande porte para a classe média. "As obras públicas da OAS e o nome construído nessa área nos ajudam a desenvolver a parte imobiliária", diz Carmine De Siervi, diretor superintendente da OAS Empreendimentos.
O empurrão da empreiteira é providencial e comum nesse mercado. A Odebrecht, por exemplo, fez uma ponte para garantir acesso ao maior projeto imobiliário da Odebrecht Realizações - um empreendimento que fica a 16 quilômetros de Recife, que deve levar quinze anos para ser desenvolvido e tem um potencial de vendas de R$ 1 bilhão.
A OAS Empreendimentos se manteve atuante no mercado de Salvador - berço da companhia - onde tem uma parceria com a Gafisa, mas está trabalhando para crescer em outros mercados bem mais concorridos, como São Paulo e Brasília. Seguindo a tendência generalizada do setor, de focar na baixa renda para aproveitar a demanda do programa habitacional do governo, a empresa pretende que os imóveis populares representem entre 60% e 70% dos lançamentos a partir de 2010. "Criamos um novo segmento dentro da empresa e criamos um site específico para atender esse público", diz De Siervi.
Embora tenha eleito 2009 para retomar a atuação na área imobiliária fora de Salvador, a empresa está tímida em termos de lançamentos. Tudo o que fez até agora foi na Bahia, projeto de 600 unidades com preço médio de R$ 200 mil, totalmente vendido. "Vamos fazer o grosso dos lançamentos agora no fim do ano", afirma De Siervi, acrescentando que há cinco empreendimentos previstos. Este ano deve lançar cerca de R$ 250 milhões e duas mil unidades.
Os planos para 2010 - considerando-se o que ainda será feito em 2009 - é extremamente ambicioso. "Vamos lançar R$ 1 bilhão e chegar a 10 mil unidades."
Uma linha de financiamento de R$ 300 milhões, capital que virá de uma emissão de debêntures que acaba de ser assinada com a Caixa Econômica Federal, deve ajudar nessa expansão. Trata-se da mesma linha obtida pela Tenda, Bairro Novo e Gafisa. O dinheiro deve ser usado no financiamento para produção de imóveis de até R$ 500 mil. O relacionamento da empresa com a CEF é recente. Embora tenha protocolo de intenções assinados, tem um único projeto (o maior deles, com 1680 unidades em Salvador) já financiado pelo banco.
Fonte: Valor Econômico
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